Hoje vou compartilhar uma
história com vocês.
Sempre fui fascinada com os “Doutores
da Alegria”. Isso mesmo, aquelas pessoas que pintam o rosto, vestem um jaleco,
colocam perucas coloridas ou um chapéu colorido e vão aos hospitais levar um
sorriso para aqueles que estão doentes, tristes e muitas vezes sem esperança de
uma recuperação.
E porque eles me fascinam tanto? Porque
eles muitas vezes deixam seus compromissos pessoais, suas famílias em casa no
final de semana, seu lazer... Eles muitas vezes guardam a tristeza no bolso e vão
levar o seu melhor sorriso e toda a sua alegria para pessoas que eles nem
conhecem.
Mas nesse final de semana vi “Doutores
da Alegria” de uma forma diferente.
Temos uma amiga chamada Fernanda,
carinhosamente chamada pelos amigos de Fefê.
Ela passou por vários momentos
difíceis nos últimos tempos.
E esteve com a saúde um pouco abalada nos últimos
meses.
O mais impressionante de tudo é
que eu nunca a ouvi reclamar de absolutamente nada em nenhuma dessas vezes. De
todo o tempo que eu há conheço, nunca a vi chorando e nunca há vi triste por nada.
Porém na ultima vez que a vimos,
ela estava com o semblante triste, mas ainda assim não reclamou de nada, não chorou,
não desanimou. Pelo contrário, apesar do semblante triste ela nos animou
demais, como ela sempre faz.
Então nosso amigo Beto teve a ideia
de fazer o “Lual da Fefê”. Isso já era uma ideia antiga da Fernanda, mas a
gente nunca conseguia colocar em prática. No ultimo final de semana fizemos
esse Lual. Cada um deu sua contribuição com o que pode dar. O Ministério Jeito
Ágape com as suas músicas. Melania e Ariadne com a decoração e artesanato. Eu
com um pouco de artesanato e as fotografias, o André Souza como motorista pra
todas as horas, principalmente para buscar nossa amiguinha em casa e a
Alesandra que abriu as portas da sua casa para receber a todos nós, e fez com
que o segredo fosse mantido, já que a Fefê achava apenas que seria apenas um
churrasquinho entre amigos como fazemos às vezes.
Como a Fefê faz aniversário no
final desse mês, aproveitamos para comemorar o aniversário dela.
E qual o intuito desse Lual
afinal de contas?
Levar a nossa alegria e o nosso
melhor sorriso pra quem precisava mais que nós.
Vários amigos nossos se juntaram nessa e foram para nos ajudar nessa
causa. Alguns deles nunca a tinham visto antes, mas estavam lá pelo mesmo
objetivo, compartilhar um sorriso, ver a felicidade no rosto de quem precisa
sem pedir nada em troca. Nenhum de nós pintou o rosto, colocou uma peruca ou um
jaleco. Mas colocamos um colar havaiano no pescoço e distribuímos alegria. E o
mais importante, celebramos a vida.
Vou ter sempre registrado na
memória as palavras da Fefê quando ela foi fazer o discurso após soprar as
velinhas do seu bolo de 25 anos: “Eu estou me recuperando, e graças a cada um
de vocês eu vou me recuperar mais rápido ainda, porque vocês estão ajudando
nisso”.
Ela não chorou, não fraquejou, não
reclamou dos seus problemas. Aquilo é algo que vai ficar pra sempre em mim.
Quando eu cheguei em casa parei
pra pensar no quanto a gente reclama de tantas coisas banais, chora por coisas tão
fúteis, fica triste porque algo tão pequeno não deu certo. E o que a gente tem
feito pra mudar isso? Será que realmente temos feito alguma coisa a não ser nos
lamentarmos? O que temos feito do nosso tempo que temos tempo de sobra pra
reclamar da vida, mas não temos tempo de ajudar o próximo a ser um pouco mais
feliz?
O que nos impede de guardarmos a
nossa própria dor no bolso e ir levar alegria pra um amigo, um familiar ou uma
pessoa da qual nem conhecemos? O que nos impede de transformar a alegria dessa
pessoa na nossa própria alegria? Porque nos retemos nas banalidades da vida e não
conseguimos enxergar que alguém lá fora só precisa de um sorriso nosso pra se
sentir melhor?
Somos seres humanos mesquinhos,
mas ao mesmo tempo somos brilhantes, basta queremos ser.
Tenho na Fernanda hoje o meu
maior exemplo de fé. Mas não apenas fé em Deus, mas principalmente fé nas
pessoas. Fé de que ainda existem muitas pessoas boas nesse mundo dispostas a
esquecer a sua mesquinhez e fazer o próximo sorrir. Fé de que não é chorando
que a gente resolve nada. Reclamamos tanto da vida e não temos a humildade de
olhar pro lado e ver que o outro está passando por algo pior que a gente. Fé de
que podemos ser seres humanos melhores.
A vida está passando, e o que você
está fazendo pra somar na vida do outro? O que você está fazendo pra somar a
sua felicidade? Pense nisso!
Às vezes nosso amigo ao lado
precisa de nós. Verdadeiros amigos não são apenas aqueles que estão com você nos
seus momentos de glória. Amigos verdadeiros são principalmente aqueles que estão
com você nos seus dias difíceis, nos seus momentos de luta.
Renato Teixeira em uma de suas composições
usa os seguintes versos:
''A amizade sincera é um santo
remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo.''
E você, está esperando o que? Vá ser
um Doutor da Alegria na vida de alguém!!
Por: Patrícia Michel
